Empréstimo consignado com FGTS preocupa especialistas: mulheres celetistas devem redobrar o cuidado antes de comprometer o salário

Você já sente que carrega o mundo nas costas — casa, filhos, boletos, trabalho, saúde. E agora, o governo oferece um “alívio financeiro” com juros baixos e crédito fácil. Mas será que vale a pena? A nova modalidade de empréstimo consignado com garantia do FGTS promete ajudar quem tem carteira assinada (CLT), mas pode ser mais uma armadilha que afeta — de novo — a mulher trabalhadora.

A nova linha permite comprometer até 35% do salário com parcelas, com garantia de até 10% do saldo do FGTS ou 100% da multa rescisória, em caso de demissão sem justa causa. O valor é descontado direto da folha, via eSocial. O problema? Muitas vezes, essa decisão é tomada no impulso, sem avaliação financeira e sem considerar o impacto emocional, mental e estrutural de uma nova dívida.

Fácil de entrar, difícil de sair

A contratação só pode ser feita pelos canais oficiais, após proposta enviada via Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital). É proibido contratar por telefone. E tem mais: não existe carência para começar a pagar — o desconto vem já no primeiro mês.

Parece simples, mas não é. Segundo o Procon-SP, não pode haver:

• Tarifas escondidas

• Juros abusivos

• Promessas de “só daqui a 3 meses você começa a pagar” (isso é ilegal!)

E todas as informações devem ser claras: valor total com e sem juros, taxa de juros mensal e anual, número e valor das parcelas, CET e datas de desconto.

Crédito sem planejamento vira culpa — e cansaço

A advogada Renata Abalem, especialista em Direito do Consumidor, é direta: “Se for para comprar um bem durável ou pagar uma dívida maior já bem alinhada, tudo bem. Caso contrário, evite. Não transforme sua segurança em obrigação.”

Para muitas mulheres, especialmente mães solo ou chefes de família, o FGTS é a única reserva real. Usá-lo como garantia pode comprometer o futuro — e a paz.

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